Linha do tempo

  • Nascimento e infância

    Nasci em São Paulo em 05 de setembro de 1942. Sou a última filha do Seu Amandio e de Dona Tereza. Meu pai era dono de um empório, o que chamamos de mercearia nos dias de hoje. Nasci dentro de casa, e vim ao mundo nas mãos da enfermeira Edwiges. Quando nasci, a parteira me colocou no colo da minha irmã Elza e disse a ela: “Leva lá no empório pro teu pai conhecer”. E Elza saiu no corredor comigo recém-nascida, embrulhada em seu colo, até ele. Quando eu tinha de 4 para 5 anos, minha mãe ganhou no jogo do bicho, acertou uma milhar, e nós fizemos uma viagem para Portugal . Lá passei bastante tempo com a família de minha mãe, por volta de um ano ou um pouco mais. Quando voltei para o Brasil, já havia adquirido o sotaque da terrinha. Tanto que, na minha rua, tinha um professor, o Francisco Dorse, pai da então pequena Sônia Maria Dorse, um ídolo infantil em São Paulo, que recitava poemas e todos os que ouviam choravam. Quando me ouviu falando com aquele sotaque lusitano, ele me fez cantar e, entusiasmadíssimo, colocou-me no Clube Papai Noel, um programa de auditório transmitido na Rádio Difusora entre as décadas de 30 e 40, em São Paulo. Aí, então, começava a minha carreira, com sete anos de idade. E não parei mais. Quem pode saber onde termina o gosto e começa o vício? O certo é que o trabalho dá sentido à minha vida. Na foto, sou eu vestida de portuguesa e prestes a estrear como "cantora de fados" no Clube Papai Noel. A fantasia é porque naquela época rádio tinha auditório.

  • Atriz e apresentadora

    Na televisão, atuei em muitas novelas, no tempo do "ao vivo e em preto e branco". Os capítulos iam ao ar três vezes por semana. Era uma estiva, não dava tempo pra nada. Tudo de primeira. Depois, com o videoteipe, tudo ficou mais fácil – errou, grava de novo. Na minha fase paulista, trabalhei como atriz e apresentadora nas rádios Tupi e Jovem Pan e na TV Record.

  • Família Trapo

    Ainda em São Paulo, na Tv Record, atuei no “Família Trapo”, ao lado de Zeloni, Jô Soares e Renata Fronzi. O programa foi uma espécie de pai da Grande Família e avô do Sai de Baixo. Um sucesso.

  • Dia D e Cidinha 70

    Na década de 70, mordida pela mosca do jornalismo, apresentei também na Record o programa “Dia D”, importantíssimo para minha carreira. Nele, cobri o milésimo gol do Pelé, a Copa do Mundo do México, a tournée de Elis Regina, no Olimpiá de Paris. Entrevistei personagens mundialmente famosos como Jean Genet, Papillon, Claudia Cardinale, Alberto Sordi, Alan Delon e Jean Paul Sartre. Quase ao mesmo tempo, protagonizei o “Cidinha 70″, inaugurando o Psicodrama na TV. Mudei para o Rio e fui para a TV Tupi. Já estava aprovada no vestibular para carioca, definitivamente adotada pela cidade. Pois é, carioca, rubro-negra e colunista do “Jornal dos Sports”, verdadeira certidão de batismo.

  • Homem Não Entra

    Depois, fui a primeira repórter internacional do Fantástico. Quando saí da Globo, Juca Chaves me deu a ideia de fazer uma peça teatral. Nasceu o “Homem Não Entra”, monólogo com o qual percorri todo o país, sempre com casa lotada. A ditadura não gostou e me deixou fora de cena até poder voltar por força de uma Ação Judicial. A montagem mereceu matérias, em 1985, no New York Times, Washington Post e em jornais da Espanha, França, Venezuela e Japão, sendo a primeira peça de teatro que vetou a entrada de homens.

  • Início na política

    Em 1982, meus caminhos se cruzaram com os de Leonel Brizola, candidato a governador. Fiz uma entrevista com ele sobre sua vida e seus projetos em caso de vitória. Foi amor à primeira vista. Participei da campanha e de todos os movimentos que se seguiram, principalmente o das Diretas Já. Sem saber, eu estava sendo empurrada para a política. Troquei as câmeras pela Câmara. Ganhei minha primeira eleição para deputada federal em 1991, época em que o País era presidido por Fernando Collor de Mello. Mal tinha esquentado minha cadeira no Plenário e pedi seu “impeachment” por descumprimento da Constituição, ao se negar a pagar o reajuste dos aposentados. O resto da história todo mundo conhece. Nos meus dois mandatos de deputada federal dei prioridade ao combate à corrupção. Uma trabalheira se considerarmos a quantidade de corruptos. Percebi que a Previdência Social era o principal foco da roubalheira e o Rio de Janeiro, a central de operações. A CPI da Previdência da qual fui a relatora conseguiu pôr na cadeia grandes fraudadores.

  • Cidinha Livre

    Pouco depois, o rádio voltaria a ter papel fundamental na minha vida com a estreia do Programa Cidinha Livre, que firmou, definitivamente, a aliança entre mim e o povo do Rio de Janeiro. Nos microfones das rádios Nacional, Tupi e Manchete, por mais de 20 anos, os problemas da população passaram a ser meus problemas, e ajudar a resolvê-los tornou-se uma luta de todos os dias. Em 2010, retornei à televisão – após 17 anos – e durante dois anos apresentei o Cidinha Livre na TV Band.

  • Na Alerj

    Contudo, a saudade da família me trouxe de volta ao Rio. Exerço, atualmente, meu quarto mandato na Assembleia Legislativa (Alerj). Sou autora da lei que obriga todo hospital público estadual realizar os exames de mamografia e densitometria óssea, fundamentais na prevenção do câncer de mama e da osteoporose. Da Lei que proíbe a revista de pessoas e objetos na entrada das agências bancárias. De uma outra que obriga as concessionárias de serviços públicos a restabelecerem, em 24 horas, a prestação do serviço quando a interrupção não se der por culpa do usuário. Consegui a aprovação de leis que priorizam o atendimento hospitalar e isentam das custas e emolumentos judiciais pessoas com mais de 65 anos, e que obriga o Estado a informar pela internet os atos, contratos e licitações no âmbito do poder público.

  • Denunciei irregularidades

    No tema corrupção, denunciei as irregularidades da administração da Cehab-Rj, que culminaram com o afastamento de seu presidente Eduardo Cunha. O Ministério Público do Rio arquivou as denúncias. No mesmo período, o MP também arquivou as que incriminavam Silverinha. Diante desse surto de arquivamento, toda vez que falo de um, lembro do outro. Em 2002, presidi a CPI que investigou as fraudes nos Postos de Benefício do INSS, no município do Rio de Janeiro. Meu relatório foi aprovado por unanimidade pela comissão. Mas acabou sendo rejeitado pelo plenário. O corporativismo falou mais alto. Vários deputados foram denunciados.

  • Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj

    Presidi a Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj por 10 anos, período em que conquistamos muitos avanços. Criamos o ônibus do consumidor, que faz atendimento móvel ouvindo as reclamações da população; informatizamos o atendimento da Comissão, dando agilidade ao trabalho; implantamos o atendimento ao consumidor pela internet, entramos com mais de 100 ações civis públicas em defesa dos direitos do consumidor, propus a transformação do Procon Estadual em Autarquia, implantamos o atendimentos gratuito (0800) e solucionamos mais de 80 mil casos de reclamações.

  • Seprocon

    Em fevereiro de 2013, tive a honra de ser convidada pelo então governador Sérgio Cabral para assumir a nova Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon). Em um ano, tornamos o Procon Estadual um órgão produtivo, conseguimos uma nova sede para a Secretaria, com mais infraestrutura; incorporamos os 108 aprovados no concurso público do Procon – em 27 anos, o órgão nunca havia realizado concurso em sua história -, realizamos mutirões de atendimento ao consumidor, entre outras importantes ações.

  • Retorno à Alerj

    Em abril de 2014, retomei meu mandato de deputada na Alerj. A minha primeira medida foi endurecer as punições a empresas que desrespeitam as leis. Apresentei de uma tacada só 25 projetos de lei que preveem multas mais pesadas em substituição às Ufirs (cujos valores são muito baixos e com isso as empresas voltam a repetir os erros). Em outra frente de ação, apresentei no Colégio de Líderes emenda ao Código de Ética da Casa propondo que parlamentares que respondem a casos de crimes não pudessem mais votar no conselho. Fui atacada de forma vil pelo deputado Domingos Brazão, a quem já havia acusado de ser chefe de quadrilha, envolvido com milícia e adulteração de combustível, entre outros problemas graves. Mas não me intimido. Sigo firme no meu mandato em defesa da população e daquilo que eu acredito. Nas eleições de 2014, eu me reelegi com 75.492 votos para um novo mandato de deputada estadual, tendo conquistado votos em todos os 92 municípios do estado.