Cadê o 157?

Ando surtada com a violência que assola o país e, em particular, o Rio. Já acordo perguntando ao Ricardo: houve tiroteio na Rocinha? É que ele ouve rádio na madrugada. Fiquei cheia de esperança quando vi todas as forças de segurança ocupando a comunidade. Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil. Não sou idiota de achar que eles conseguiriam prender todos os traficantes, apreender todas as armas e drogas e que a paz finalmente voltaria a reinar, não! Mas esperava um pouco mais. Que, pelo menos, a bandidagem ficasse um pouco mais temerosa e muito menos petulante. Mas, não! Os militares ainda estavam manobrando seus tanques para sair de lá e os traficantes espalharam faixas avisando que o chefão tinha mandado diminuir o preço do gás.

Os tiroteios voltaram e com eles o domínio do tráfico e a submissão compulsória da população. Escolas e postos de saúde novamente fechados. O comércio ameaçado. As pessoas presas em casa. Eu não entendo nada de estratégia de guerra, mas, não vi o significado de tantos tanques gigantes, parados numa rua do lado light do bairro e da guerra. O que fariam? Usariam seus canhões? Não consigo entender como o tal de “157” até hoje não foi encontrado. Eu sei que a Floresta da Tijuca é um grande complicador, mas não pode ser um obstáculo intransponível. Fico pensando: e se um Bin Laden da vida resolvesse nos ameaçar se escondendo, com sua patota, na Floresta Amazônica?

Não duvido da coragem e da dedicação dos nossos soldados e dos nossos policiais. É conhecido o meu respeito por eles, mas alguma coisa não está certa. Hoje, quando vi na televisão os sanduíches embolorados, podres mesmo, que o Governo do Estado serviu aos PMs, e não vi nenhuma providência drástica contra a empresa responsável, nem do Secretário de Segurança, nem do Comandante da PM e nem do Governador, acabei entendendo. O Governo do Estado não respeita sua tropa e não quer ganhar esta guerra.