E é isso o que estamos assistindo nessas entrevistas da Rede Globo com os candidatos a presidente. Não são entrevistas, mas duelos, tal a agressividade das perguntas. Perguntas, aliás, tão longas que reduzem o tempo de resposta – em tese, de 15 minutos – talvez à metade disso. A resposta parece ser o que menos importa. Importa mesmo é nocautear a criatura.
A sociedade já tem a impressão de que quem escolhe ser político já é suspeito por princípio. E o formato escolhido pela maior emissora do País só ajuda a reforça essa percepção. Os candidatos são tratados como réus – e a bancada do JN, uma espécie de Santa Inquisição.
Conheço gente que, depois da entrevista do JN, ficou com a impressão que Aécio não fez nada na vida além de construir aeroportos em terras de parentes. Eduardo Campos viveu para arrumar emprego para a mãe. Como morreu no dia seguinte, a Globo o reinventou: de nepotista, virou estadista em menos de 24 horas! Dilma virou a tia do Mensalão (aliás, o que era aquele enquadramento que deixava à mostra as pernas da presidente?). O que será que vem para Marina? Será que vão guardar luto?
Não se trata de um estilo da dupla Bonner/Poeta. É orientação mesmo. As entrevistas com os candidatos a governador pelo jeito vão seguir na mesma linha. A primeira vítima, no Rio, foi o governador Luiz Fernando Pezão, ontem. Pergunta: o que ele acha de seu antecessor Sérgio Cabral ter sido flagrado em fotos posando com guardanapos na cabeça, em Paris? E o governador, com tanta coisa importante para dizer, teve que perder parte daquele precioso tempo para explicar que não, Cabral não estava nas fotos, quem estavam eram secretários de governo que fizeram suas mea culpas. Faltou dizer que ele, Pezão, nem estava em Paris, na ocasião.
Tá literalmente de doer!!!! Para enfrentar os jornalistas da Globo, Anderson Silva pra presidente