Porque votei pela soltura dos deputados

Como sempre, continuo achando que todo crime tem que ser punido dentro da Lei.

No caso dos deputados, a justiça decretou a PRISÃO PREVENTIVA contrariando a Constituição que diz que DEPUTADO SÓ PODE SER PRESO EM FLAGRANTE DELITO DE CRIME INAFIANÇÁVEL.

Os princípios da Constituição não podem ser desrespeitados sob nenhum pretexto.

Foi só por isso.

Defendo que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça, com os recursos que tem, investiguem, denunciem, julguem e punam com rigor se forem comprovadas as acusações até agora apresentadas, dando aos acusados o direito de defesa. Eles nem foram ouvidos pela justiça, e quando presos, não havia sequer um inquérito.

É bom que se diga também, que a votação foi apenas para que fossem soltos. O processo continuaria normalmente, diferente do caso do Presidente Temer, cujo processo ficará parado até o final do seu mandato.

Votei para garantir o respeito à Constituição, não para proteger ninguém. Votei para que fossem soltos, porque, simplesmente, eles não poderiam ter sido presos. Os deputados responderão pelos crimes que, porventura, tenham praticado.

Esses versos do Eduardo Alves da Costa no poema “No Caminho com Maiakóvski”  fazem muito sentido:
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam nossas flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”